segunda-feira, 17 de novembro de 2008

"E de tristeza vou viver, pois aquele adeus não pude dar"

Ainda me lembro no dia em que eu a vi pela primeira vez. Era tão branca que eu me lembro da minha mãe dizer que seria fácil de encardir, era tão pequena que as roupinhas não conseguiam se segurar em seu corpinho. Tinha uma simpatia que me encantou e na hora, eu nem me lembrei que a cor da raça que eu havia pedido normalmente era cinza, preta e até mesmo loira, assim como eu.

Não me importava sua cor branca como a neve, me importava que enfim minha companhia havia chegado. O nome já estava escolhido há pelo menos seis meses, desde quando eu havia planejado sua chegada. E quando eu a vi, nem hesitei em mudar, era a carinha dela.

Baby. Era assim que a partir daquele dia, véspera de natal de 1996, nós iríamos chamar aquela que se tornou a melhor companhia de todos os tempos.

Não me importava o que diziam dela, tudo bem que o seu humor não era dos melhores, e tudo bem, eu admito, que nem a aparência. Mas ela era nossa, era seguidora da minha mãe, que no final acabou sendo mais dona do que eu que havia ganhado de presente, era aquela que uivava comigo, que sentava no topo da pilha de almofadas em cima do sofá vermelho, era quem quase falava de alegria quando alguém chegava, era aquela que gostava de dormir entre nossas pernas e que por isso ganhava diversos empurrões durante a noite. Era amiga e pelo simples fato de sabermos que sempre estaria ali quando chegássemos, nunca demos o valor que merecia.

Era a única que não abandonava, que ficava ao lado quando o frango era o prato do dia, que estava velhinha, mas sadia para sua idade.

Era ela, simplesmente ela. Não tem palavras que explique meu amor, nem a falta que ela faz, muito menos que explique a dor que estou sentindo.

Não importa se para a maioria ela era apenas uma cachorra, me importa que ela era minha irmã, filha também da minha mãe e única desde meus oito anos. Me importa lembrar seu companheirismo e lamentar sua ausência. Me importa pedir que descanse em paz e que continue sendo feliz aonde seja que estiver.

De agora em diante, chegar em casa não será tão completo como costumava ser, ficar em casa sozinha será sinônimo de solidão...
Então nada mais posso fazer a não ser dedicar a essa grande amiga todo meu sentimento e gratidão, por ter dedicado inteiramente todos seus minutos em nos seguir, amar, ou até mesmo exigir nossa atenção.

Apenas obrigada amiga, do fundo do meu coração.

Um comentário:

Ronaldo S disse...

É impressionante o quanto esses animaizinhos nos fazem um bem.
É impressionante o quanto seu olhar singelo decifra o que estamos sentindo.
São criaturas evoluídas que são emprestadas a nós para dar alegria, amor e carinho quando mais precisamos.
E com eles aprendemos que:
Quando alguém que amamos chega a nossa casa, devemos correr ao seu encontro.
Q nunca devemos perder uma oportunidade de passear.
Q devemos experimentar o ar fresco do vento em nosso rosto.
Q devemos mostrar aos outros qndo estão invadindo o nosso território.
Q devemos fazer sempre uma sonequinha.
Correr, pular e brincar todos os dias.
Ñ morder qndo um simples rosnado pode resolver a situação.
Ñ importa qntas vezes os outros nos magoe, voltemos e façamos as pazes.
Aproveitar o prazer de uma longa caminhada, msm sabendo q voltaremos carregados.
E o mais importante de tudo.
Qndo alguém estiver triste, ficar em silêncio, e mostrar que estamos ali para confortar.